quinta-feira, 17 de setembro de 2015

A ironia fala do tanto que não se ignora o ridículo de ser gente, não se ignora o ridículo, não se ignora. Esse riso amargo tem o gosto do que embaixo de nós, há. Acima e ao lado, e por dentro; esse riso que vaza quando são os excessos de preenchimento.
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É tudo pretexto para que isso não deixe de acontecer. Eu te-me-nos conecto por um fio, tu me-te-nos conecta por um sopro. O espaço ao redor de nós, todos nós, nos-te-me-nos conecta ainda que pela ausência, e essa ausência tem(e) o peso dos silêncios áridos, ácidos, silêncios queimados, rastros dos restos dos pedaços de som. Há sempre milhares de janelas por onde as cabeças (sempre elas) dos vizinhos alongam os pescoços espiralados. Querem fazer parte do que é alheio, querem conectar-se-nos-todos, mesmo que em fragmentos.
para Abissal . iN SAiO Cia. de Arte
    

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