quarta-feira, 25 de janeiro de 2012



Feliz (ahn???) aniversário para essa cidade atolada de gente e contradições. Atolada de maus cuidados, mais um braço-reflexo de um descaminho maior, mais antigo e mais largo do que ela própria. Transbordante de sons neuróticos, melódicos, disparadores de coração e de velocidades variantes e intermitentes. De onde não vou/vôo assim tão fácil. É 2012 e feliz o que, exatamente? Quem sabe a idade, um dia, traga mais cor, justiça, pele e corpo a ela. A idade e nós, parte-todo da mesma composição.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

      
Nilton Cardin
Pinheirinho é mais um. Arbitrariedade medieval, mais uma limpa, mais uma varreção. Pega essa massa humana, mais uma massa humana, e ainda aquela outra massa humana, como corpos sem gente dentro, sem rosto, sem história, pega a vida, as conquistas e as lutas diárias e de anos inteiros, essa massa desimportante, incômoda, essa sobra, esse povo excessivo, e põe todo mundo em lugar nenhum, em favor da verdadeira bandidagem suja e sanguinária. Passa a metralhadora, o trator, joga gás, espanca, vai de camburão, de helicóptero, invade, mata adulto, mata criança e esconde - ou já nem esconde mais. Vai, Sr. Alckmin e sua corja de assassinos, unam governo e polícia para expor os seus serviços criminosos gentilmente prestados à população. Angústia da gigante inversão.
      

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

   
Aquela com quem conversei no mar de água doce talvez fosse, na verdade, eu. Ou somos nós, eu e ela, dimensões da mesma idéia. Grãos e estrelas desencobertas, minhas palavras tem a forma desse sorriso; deixa ver todo dia de perto, tão mais perto que sorria eu entre ele também.
 

domingo, 8 de janeiro de 2012

 
tudo cabe, do som à estrada,
do sono ao riso,
da vontade ao tumulto,
do susto ao sim,
espelho inusitado, previsto
gosto macio de espanto encontrado
tempos verbais em torno
sinestesias esparramadas
impulso de mergulhar.
   

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Muita chuva pra lavar o tempo. Meus desejos entregues ao mar, e sobre e sob ele. A água de ir e vir levou para guardar no fundo o que não tem que estar, e prepara, naquelas ondas que bateram na pele, os nascimentos. Um agradecimento eterno, aquecido e úmido ao maior presente até então, aquele que chegou no início de um ano relâmpago e de papel cumprido e certeiro, presente/doação, e foi.
Esse que explode, tempo-agora, é meu. Um pouco de fogos mas parecem estrelas.