quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

quanto mais pesava, mais afundava e era mais claro e barulhento ali embaixo, era um passeio pseudo-passivo que movimentava algo de dentro muito e algo pouco de fora; empurrar a luz dessa água-eu-submersa, vontade si-mesma, espreguiçar os sons, espreguiçar os gritos - nem todos meus -, escorrer, vazar íngreme.
           

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

quando nem um certo ceticismo me impede de reconhecer os anjos terrenos, dos que são mais encantados assim, com suas vozes e braços e pernas, do que se tivessem mil asas cada um. Por todas as presenças, as físicas, as intuídas, as enviadas, as próximas-distantes. Pelas mãos dadas, pelas compreensões das ausências e silêncios pedidos. Pelas urgências e olhares, pelo tempo contínuo, pelos acolhimentos nas escolhas emergentes. Pelos até então desconhecidos que foram peritos também. Por alguma espécie de desvelamento (em curso ainda, sempre e para sempre) do medo que mora nas casas mais escondidas, apertadas ao extremo, de mapas borrados e portas e janelas às vezes muito cobertas, que revelam suas frestas aos poucos ou repentinamente; de quando se toca uma espécie monstruosa e é preciso achar a estrada por onde ela se afasta e toma outro rumo.
Porque há necessidade de tempo.
De paciência.
Do tempo.
Dos seus nomes, dessas-desses-essenciais, estas-estes sabem-se. É aqui por palavras porque há tudo que nunca será dito o suficiente, mas precisa ser lançado para que seja ao menos um tanto a mais. Com amor sempre. É um pouco mais do que agradecimento. É a própria constatação da possibilidade e pulso da existência.