quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Como realizar o que impulsiona enquanto frustra enquanto impulsiona enquanto frustra enquanto.....? O que movimenta e paralisa. Faz querer estar mais longe do que eu, ou bagunça pela impressão ingênua-real-irreal de estar um pouco perto. Mover a cris(e). Ir mais. Escolher ainda. Trabalhar para. São sempre formas de olhar, ver, querer. Só (e tanto) formas de olhar.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

sobre a nova companhia de dança de São Paulo...

(texto de Sandro Borelli)

ONDE ESTÁ A EXCELÊNCIA?
No “Caderno 2” do “Estadão” de 29 de janeiro, chama a atenção a reportagem cujos título e subtítulo são: “São Paulo ganha a sua cia. oficial” e “Secretário João Sayad busca excelência e anuncia R$ 13 milhões para instituição”. Num primeiro momento, pode-se pensar: “Que legal, uma nova companhia de dança sempre é bem-vinda”. Mas, com uma leitura mais atenta, percebe-se a cilada armada. Uma visão pautada pela tecnocracia, ultrapassada, que confunde política cultural com ação midiática. Um secretário que fala como economista ou fala realmente em cultura? Sua falta de conhecimento sobre dança é de provocar estupefação, indignação e horror, de ruborizar. O secretário diz estar em busca de excelência na dança e comenta: “Você não contrataria um excelente diretor administrativo para a sua empresa se ele não fosse brasileiro?”

Prosseguindo, com notório e admirável conhecimento de causa faz, ainda, uma comparação de mau gosto: “O que você escolheria: salvar a Varig ou começar uma Gol? É mais fácil começar algo novo do que consertar o já existente”. Parece que o secretário considera o que fazemos uma arte falida, uma dança que não deu certo. A partir de que conhecimento faz uma afirmação tão sem propósito quanto essa? O que o secretário chama de “busca de excelência”? Somos nós, cidadãos, quem esperamos secretários, gestores, governantes com excelência. Será que também teremos a chance de procurá-los na Europa, em Nova Iorque ou quaisquer outros lugares que nos permitam construir uma política de alto nível, como o secretário sugeriu para a dança?

Outra afirmação curiosa do nosso secretário de cultura é a de que o teatro, ao contrário da dança, já produz com excelência. Por onde será que o secretário transita? O teatro tem a sua excelência sim e, certamente, em sua maioria, trabalha, sem sede própria e sem contratos via CLT. Ajudaria-nos muito se o secretário, aproveitando seu notório conhecimento de economia, pudesse mencionar quantos grupos de teatro possuem artistas contratados via CLT? Será que ele tem noção das péssimas condições enfrentadas pela grande massa de artistas trabalhadores no estado de São Paulo? Ou será que se refere aos acobertados pela mídia televisiva? Realmente, fico na dúvida!

Cultura não é balcão de negócios, não é pregão, não é bolsa de valores. A dança não precisa desse tipo de mentalidade de governo que o secretário propõe. A dança precisa de um projeto cultural sério e ético, que privilegie a formação de uma classe, que privilegie uma mudança de pensamento. Onde estão as propostas consistentes, honestas, sérias, inteligentes, sobretudo ousadas, da política pública envolvida nessa ação? Quando discutiremos os aspectos estéticos e éticos da Cultura?

Quando discutiremos a dança, essa arte tão fragilizada, como a poesia também, com um espaço cada vez menor e com um pensamento singularmente pobre e medíocre como o apresentado?

Existem propostas no governo estadual nas quais está inserida uma reflexão sobre a sobrevivência dos grupos e criadores que optam por trilhar rumos artísticos que discutem, agridem, instigam, duvidam e polemizam? Isso não poderia ser incluído na pauta de algumas das reuniões que acontecem a portas fechadas entre valorosos burrocratas-gestores de cultura?

Que tal falarmos do combate à fome, à fome de cultura que extermina diariamente milhões de brasileiros que se alimentam de restos podres de enlatados e plastificados abertos e jogados nos lixões? Que tal tratarmos seriamente da inclusão social, sobretudo da inclusão de criações artísticas que subvertem os valores predominantes impostos, que resistem e questionam? Que tal banirmos essa kultura-Hembratur?

Criminoso, nefasto e fascista desprezar produções de uma grande dimensão estética, desprezando também as funções sociais e políticas dessas criações. E são várias secretário.

Grande imbecilidade manter vínculo placentário com as culturas européia e estadunidense, achando que isso irá minimizar os efeitos de uma sociedade mal informada que produz julgamentos equivocados, tendenciosos, estreitos, hipócritas e exclusivistas. Grande imbecilidade achar que os próximos gestores desempenharão melhor seus papéis. Ou que serão menos devastadores.Ou que abalarão os códigos culturais institucionalizados.

Que imbecilidade a minha em ter acreditado nisso um dia.

Infelizmente, estamos condenados a conviver com senhores ensebados com suas jugulares em nossas gargantas e com suas idéias empoeiradas por algum tempo ainda. Felizmente, artista é como barata ou rato ou escaravelho, não existe meio possível de exterminá-lo. Pois bem, 2008 está começando, vamos celebrar e cantar juntos o hino do Estado de São Paulo e festejar a sua companhia de dança.

Parabéns.

Sou artista e, portanto, estou condenado a viver para sempre.

Sandro Borelli

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sim, vale à pena ler.

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Os olhos são fundos e antigos. Contam a passagem dos muitos anos, embora hoje saibam talvez bem pouco de si. Ou sabem por outras compreensões? Ou registraram tanto da própria história que manifestam-se apenas para o lado de dentro, tornando invisível a lucidez? Os olhos que hipnotizam pela distância preenchida por um tempo que parece esvaziar-se. O sorriso, grande. Reconhecível diante de cada imagem em outras épocas. A mão move o copo, leva o talher preparado, abandona; a cabeça pende num sono interpretado com a verdade de quem simula a si mesmo. Com a mesma lentidão do olhar que procura saber o que fazer. Como uma criança, quase um século depois, procurando entender. O som está distante mas há. Som sempre há. O ritmo de fora é compassado. O de dentro, não há como descobrir. Incógnita, tristeza, beleza. E os olhos, infinitos.

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Andam distantes, quase ao contrário, as surpresas de quando não se sabe de nada.
Desconheço.
O impulso. Ou (in-).
Espaço-outro.
Respiro e vejo, pelo espelho, que às vezes já não sei olhar.
(?)

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008


(por algumas histórias, alguns filmes, algumas vidas)
Tem algo que eu gosto na obsessão.
A estética, pelo menos.

sábado, 9 de fevereiro de 2008

 
Menina dourada, dádiva, dançarina.

Tempo.

Dia de hoje, o dia é sempre, dias todos.

Com dor a falta. De tanto amor.
 

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008


O espaço que havia entre, ... não havia mais.

Imagens ditas com outras vozes.

Os sons. Muitos. Baixos. Inaudíveis.

Muitos. Quase altos. Poucos. Muitos.

..................................mudos.

Segura. Escapa. Passa. Insiste. Respira. Explode. Implode.

Olha.

.

E, hoje, parabéns pro seu Francisco-Pai...

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008


Diário
Olha por dentro. Haveria tanto para rever, não fosse algo que faz não saber mais. Lembranças como algo que não viveu. Não sente, apenas conhece, só. Tão chato. Tão separado. Como histórias alheias ouvidas sem atenção, sem importância. Não têm pele. Pequenas gravações reproduzidas, das quais não participou. Fica sabendo de si e poderia passar pra frente a história deslocada.

Mas escorrega um cheiro, um gosto, um som. Ou palavras. Instantes para pegar de volta a própria vida não para saber. Passa a ser.

Dá tempo ainda de liberdade?
Dá tempo de justificar, tempo de compreender os processos lentos de transformação, percepção, a necessidade dos nãos, dos nós, de nós?
De precisar não ser em parte, pra poder ser por inteiro?
Tempo de não ter tudo para ser o mais importante (para quem?)?
Tempo de ainda todos não acabarem, de tentar voltar ao que por tanto tempo e há tanto tempo foi?
Tempo de retomarmos nossa condição animal-mundo-ser-vivo-gente-pulsação-...-...-...-...-...-...-...-...-...-..........................?

Dá tempo de explodir pra, ao menos, ter o que recolher?

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008


sobre um espaço indefinido...?

saber não saber pensar entender confundir achar tentar experimentar escrever olhar sentir perceber explodir reagir amedrontar temer embaralhar se saberemos ser eu... não sei...

domingo, 3 de fevereiro de 2008


Tudo o que se cria estabelece alguma forma de vínculo. Se não é para isso, não há porque estarmos no mundo. Tanto assim? Sim... (?) Se no fundo de qualquer ação humana está a necessidade da relação, do contato, da troca, ainda que aparentemente solitária, tanto de tudo que há a cada esquina torna-se ainda mais aterrorizante num momento pré-implosão de nós mesmos. Quanto ainda iremos durar? Talvez nossa mínima "obrigação", sem o peso do termo, seja abrirmos os olhos. E nos reconhecermos.

... ... ...

Muito do que explodiu passou a andar em linhas horizontais. (são imagens).

... ... ...

recuperando de muito tempo atrás, mas sempre... (nas duas línguas, porque a sonoridade original - que parece que "ouço", lendo, mas não sei pronunciar com exatidão - é bonita demais):

Fábula de la sirena y los borrachos

"Todos estos señores estaban dentro
cuando ella entró completamente desnuda
ellos habían bebido y comenzaron a escupirla
ella no entendía nada recién salía del rio
era una sirena que se había extraviado
los insultos corrían sobre su carne lisa
la inmundicia cubrió sus pechos de oro
ella no sabía llorar por eso no lloraba
no sabía vestirse por eso no se vestía
la tatuaron con cigarrillos y con corchos quemados
y reían hasta caer al suelo de la taberna
ella no hablaba porque no sabía hablar
sus ojos eran color de amor distante
sus brazos construídos de topacios gemelos
sus labios se cortaron en la luz del coral
y de pronto salió por esa puerta
apenas entro al rio quedó limpia
relució como una piedra blanca en la lluvia
y sin mirar atrás nadó de nuevo
nadó hacia nunca más hacia morir."
(Pablo Neruda)

"Todos estes senhores estavam lá dentro
quando ela entrou completamente nua
eles tinham bebido e começaram a cuspir nela
ela não entendia nada acabava de sair do rio
era uma sereia que se tinha extraviado
os insultos corriam sobre a sua carne lisa
a imundície cobriu os seus peitos de ouro
ela não sabia chorar por isso não chorava
não sabia se vestir por isso não se vestia
tatuaram-na com cigarros e com rolhas queimadas
e riam até cair no chão da taberna
ela não falava porque não sabia falar
seus olhos eram da cor de amor distante
seus braços construídos de topázios gêmeos
seus lábios se cortaram na luz do coral
e de repente saiu por essa porta
mal entrou no rio ficou limpa
reluziu como uma pedra branca na chuva
e sem olhar para trás nadou de novo
nadou até nunca mais até morrer"

.... ... ...

Por que isso, agora?


sábado, 2 de fevereiro de 2008


Fragmentos sem identificação. Pouco controle, o que há por dentro sempre passa pro outro lado.

Gota a gota. Observação. Respostas?