segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Eu começo pela ausência porque quero a presença no final. Agora você está faltando e no seu lugar fica um abismo. As palavras escapam. As lembranças dos anos o pensamento a sua primeira chegada os sons as lambidasbeijos o seu olhar a sua parceria o seu amor a companhia permanente os cuidados a teimosia os latidos insistentes a personalidade a sua namorada as casquinhas de pizza cenouras ossinhos bifinhos as conquistas os ciúmes os medos o carinho nas orelhas a zebrinha de presente (que tá aqui) as estratégias (suas e nossas) o espaço todo ocupado as suas escolhas e tudo o que agora a falta desenha uma nuvem na frente o tanto que eu te agradeço por ter existido nas nossas vidas o tanto que a sua importância é única. Acho que é a primeira vez em 12 anos que eu choro muito e você não tem como lamber as lágrimas. Foi como um susto porque o seu tempo é o da existência inteira, ágil, barulhenta, presente, e menos do que isso era muito pouco pra você. Eu que nunca acreditei em céu, hoje construo um sob medida pra você estar. A dor é nossa pra você poder respirar, e por mais que seja aguda eu prefiro sentir assim e poder ter compartilhado a sua existência encantada. Eu te beijei mas na verdade não sei despedir. Fica tranquilo. Obrigada, meu amor. Eu te amo pra sempre, pra sempre, pra sempre. Assim, você fica.
   

     

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