segunda-feira, 29 de junho de 2015

malabarismos de ar no farol, os olhos de uns sete anos, viu o que eu fiz? vi, você tá imaginando? não, elas são invisíveis, olha (num instante-palavra-gesto ela soube me contar que o que é invisível existe), e repete, gesto ágil olho atento, sim, to vendo, !!!você viu, tia?!! e começava e parava porque essa concretude quem sabia era ela, e sorria muito, como se não fosse na rua, me olhava, porque era na rua, sorria talvez; ela entendia tão bem seu estar visível-absurdo-invisível, tia, você tem água?, e abriu o farol, e a avenida em mim em seguida desabou.
 

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