domingo, 27 de abril de 2008

...espaço...

Um segundo, a distância entre a vida e a morte. Não ser. Deixa-se de ser?
Sem ar, inerte no susto do nada. Penso que seja como um susto. De repente, é. Sempre um susto.
E enfim, perenes naquilo que de nós fica. Nessa continuidade insistente, enquanto assim nossas vidas também tornarem possível, enquanto não dermos o susto final em nosso próprio mundo. Partes de nós cravadas por cada caminho, aí sim essa tal vida após a morte, presente apenas (e tanto) na eternidade do tempo de quem vive, ainda. Nós somos “ainda”, ao mesmo tempo que criamos a nós mesmos para um permanente “seremos”. O ciclo se fecha com a perfeição contínua e necessária da ordem natural das coisas, não menos dolorida e por vezes incompreensível, mesmo que tão explicitamente sabida desde o primeiro instante.
Talvez o tempo seja realmente a única existência imortal, e carregue consigo, mesmo que ninguém veja, as marcas de todas as existências.


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