domingo, 23 de novembro de 2008


Disputa? Concorrência? Descaso? Descompromisso?
Quantos mais assim?

Inconformismo, frustração, tristeza. É impressionante. Cortaram-nos no momento de dar uma nova largada.

Sigamos. A expressão falará por nós, em nossas possibilidades, do nosso tamanho, nas nossas vontades e em tudo o que podemos fazer.

Uma questão (de) Temporal: nossa VEZ será sempre que estivermos juntos. CORPO.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

!!!!!!!!!!!!!!

O tempo vai se desdobrar em mil.
Mil vezes dois, dois vezes quatro, duvidar vezes querer.
Cena vezes cena, corpo vezes idéia.
O ano virá múltiplo. E ainda teremos tempo. (?)

Agora é a vez! ;)

domingo, 21 de setembro de 2008


"(...) muito bonito, muito bonito. Eu não vi tudo, né, só vi umas partezinhas. Mas teve umas coisas, assim, umas imagens, né, que vão ficar na minha cabeça pro resto da vida."
(Sr. Amado)

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Ação.
não parar – não parar – não parar - - -
e o corpo? pra onde?
partes se despregam e ficam pelos caminhos... enquanto outros caminhos surgem... enquanto outros não surgem... enquanto partes...
falta tempo - se esticássemos...... O nosso, aqui.

Toca o despertador. Já é tempo, ou parte dele. Que surge.

O que uma dor pode dizer a respeito de tudo?

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

grupo Corpo da Vez
SILENCIARAM
(de Ton Carbones e elenco)
sábado, dia 20 de setembro, 19h30

fotos: Jonas Golfeto

Quadros. A condição humana em tempo de solidão, desencontro e degradação - ambientes ácidos e densos. Dançar uma humanidade partida, indivíduos em um coletivo agressivo, violento e por vezes cruel.

oficina: "Impressão do Movimento": das 15h às 17h

ATIVIDADES GRATUITAS
(Caravana do Ponto de Cultura "Bailando na Cidade")

local: Centro Cultural Serraria
Rua Guarani, 790 - Serraria - Diadema/SP tel.: (11) 4056.4950



quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Que a energia de todas as pessoas especiais que estão indo embora permaneça por aqui, em quem - e naquilo - que (ainda) segue. As histórias não se apagam, se reconstroem...

terça-feira, 5 de agosto de 2008


Ontem joguei montes de coisas fora. Sobra, ainda.
(falta) espaço, espaços, espaço(s)

Reflexo de anos atrás. O espelho inverte papéis.
Grito, duvido. Não respondo. Amendronta-me.
Os futuros presentes e as necessidades.
Lembro tanto dos impulsos que não reconheço.

A não ser pelo outro lado.

...desobviedadeouestupidezansiosadequalquerumdosmedos...

Signo de gêmeos, livro da Cecília Meirelles que ganhei na infância, contradições, dialéticas, escolhas, bifurcações-trifurcações-enforcam-me.

Mas tem aqueles instantes de...
Depois vai, vem, e tudo se apaga.



sexta-feira, 1 de agosto de 2008

quinta-feira, 17 de julho de 2008


essa noite sonhei um pesadelo distanciado
realista
o pouco que tem a ver comigo
nada a fazer?
quanto vale uma vida?
responsabilidade-função-impressão-cuidado-humanidade
é sem beleza ser platéia desse desmembramento
não fazer, sabendo.

sábado, 12 de julho de 2008

................................................................
................................................................
................................................................
................................................................
................................................................
................................................................
................................................................
...
...
...

segunda-feira, 7 de julho de 2008


Palavras que expulsam sensações. Vontade de dizer... O que? É mentira? Novo? Antigo? Pergunta-pergunto-perguntas. Certas respostas não existem. Vontade de desfazer, refazer, fazer. O medo é humano como as dores. Ser, gerar, poder. (sempre os verbos, os verbos, só verbos, tão verbos).
Contar uma história que faça sentido. Fazer sentido? E?

____________________________________


Os corpos, abraçados, vão mudando de posição enquanto dormimos, virando para cá, para lá, sua cabeça em meu peito, minha perna sobre seu ventre, e ao girarem os corpos vai girando a cama e giram o quarto e o mundo. "Não, não", você me explica, achando que está acordada: "Não estamos mais aí. Mudamos para outro país enquanto dormíamos".
("Sonhos", Eduardo Galeano)

sexta-feira, 30 de maio de 2008


É que a gente sempre sabe tão pouco sobre todas as coisas.
E eu hoje (não) entendo o nada daqui - o desconhecido, velho conhecido.
Ansiedade. Anseio. Ânsia (s).
Para onde? Por ali, de uma maneira ou de outra.


domingo, 25 de maio de 2008


A VEZ DO CORPO

Saber que seria, que é, que será, que sim. Que é o que importa a cada vez, a cada corpo. Um gesto, um dia, um minuto, infinitos... Obrigada por mais uma vez-corpo, por mais uma vez juntos, por tudo, pra sempre.

quinta-feira, 22 de maio de 2008

                 
...andando de um lado para o outro, sempre no mesmo espaço, na sala do apartamento, o chão iria gastar e eu cairia no Japão (depois pensei que, na verdade, cairia no andar de baixo)...

...nascemos com o estoque completo de voz, cabelos e unhas, e ao longo da vida eles iam saindo do corpo aos pouquinhos. Só não entendia exatamente onde tudo isso ficava guardado...

...quando o Professor Parapopó, do Bambalalão, disse "Ei, você que está aí comendo pipoca, numa cumbuquinha azul...", eu tive certeza que aquele era o dia em que ele estava me vendo pela televisão (afinal, a cada dia ele conseguia ver uma criança diferente. E naquele dia, eu de fato comia pipoca na cumbuca azul). Gritei pela sala como louca: "hoje é pra mim"!!...

...eu era pedestre. E não entendia porque a professora insistia em dizer que o sinal verde era “pra passar”, se eu só atravessava a rua com o sinal vermelho...

 

sexta-feira, 16 de maio de 2008

DIVULGAÇÃO E CONVITE...

Segue a divulgação de algumas das atividades (todas são gratuitas). Consulte o link para ter acesso à programação completa:

http://www.ciadedancas.apbd.org.br/eventos/21052008.htm

......................

FIGURAS DE VAN (trechos) / grupo Danceato
(parte da programação da homenagem que será feita a Ivonice Satie)
dia 20 de maio, terça-feira, 20h
local: Teatro Clara Nunes - Centro Cultural Diadema
Rua Graciosa, 300 - Centro/ Diadema
.....

COVACHA / grupo Danceato
dia 22 de maio, quinta-feira, 19h (feriado!!)
local: Teatro Clara Nunes - Centro Cultural Diadema
Rua Graciosa, 300 - Centro/ Diadema
.....

SILENCIARAM / grupo Corpo da Vez
dia 23 de maio, sexta-feira, 19h

local: Teatro Clara Nunes - Centro Cultural Diadema
Rua Graciosa, 300 - Centro/ Diadema
.....

OFICINA DE DANÇA-TEATRO (Adolescente / Adulto) - com o grupo Danceato

dia 20 de junho, sexta-feira, 10h-12h
local: SESC São Caetano
Rua Piauí, 554 - Santa Paula/ São Caetano do Sul
.....

COVACHA / grupo Danceato
dia 20 de junho, sexta-feira, 20h
local: Teatro da Universidade Municipal de São Caetano do Sul
Campus I - Avenida Goiás, 3400 - Bairro Barcelona/ São Caetano do Sul
.....

SILENCIARAM / grupo Corpo da Vez
dia 28 de junho, sábado, 20h

local: TD - Teatro Itália/ Teatro de Dança
Avenida Ipiranga, 344 - Subsolo do Edifício Itália - Centro/ São Paulo


quinta-feira, 8 de maio de 2008

hoje, especialmente, não sem certa tristeza de espanto, ainda...

(...)Não, Nosso Senhor / Não há de ter lançado em movimento terra e céu / Estrelas percorrendo o firmamento em carrossel / Pra circular em torno ao Criador (...)
("Sobre todas as coisas", Edu Lobo e Chico Buarque)

Quando qualquer instituição priva adolescentes entusiasmados, criativos e criadores, do contato com a arte... enfim, nada pode ser tão distante de d(D?)eus, embora disfarçado em “seu nome”, seja eEeEeEele (múltiplo, como toda criação) da forma que for.

(pequeno desabafo (quase) óbvio)

domingo, 27 de abril de 2008

...espaço...

Um segundo, a distância entre a vida e a morte. Não ser. Deixa-se de ser?
Sem ar, inerte no susto do nada. Penso que seja como um susto. De repente, é. Sempre um susto.
E enfim, perenes naquilo que de nós fica. Nessa continuidade insistente, enquanto assim nossas vidas também tornarem possível, enquanto não dermos o susto final em nosso próprio mundo. Partes de nós cravadas por cada caminho, aí sim essa tal vida após a morte, presente apenas (e tanto) na eternidade do tempo de quem vive, ainda. Nós somos “ainda”, ao mesmo tempo que criamos a nós mesmos para um permanente “seremos”. O ciclo se fecha com a perfeição contínua e necessária da ordem natural das coisas, não menos dolorida e por vezes incompreensível, mesmo que tão explicitamente sabida desde o primeiro instante.
Talvez o tempo seja realmente a única existência imortal, e carregue consigo, mesmo que ninguém veja, as marcas de todas as existências.


terça-feira, 22 de abril de 2008

De uma vez, o que está tão longe, é preciso voltar. Ou numa distância quase próxima, é possível chegar.
Não perder aquilo que, provavelmente, é só o que realmente nos faz sentido - os seres, as respirações, as dignidades, as vontades, os direitos.
Muita coisa ao mesmo tempo............... realização-risco-riso.
E eu quero tudo quanto houver em tudo o que quero.



Nós. E os que virão.
Esperados como sempre, amados como nunca, encantados como tudo o que não se define.

terça-feira, 8 de abril de 2008

Por enquanto? Sonho que se realiza por outras narrativas. Tempo passa em torno dos dias, por histórias para a vida. Histórias sempre, sustos, a experiência do risco. Aperto, alívio, desconforto, vai-e-vem, vai-e-vem......
Cada minuto de vida tem seu tempo suspenso. Mesmo o que falta. Mesmo o que ainda será.

Estivemos lá, então! Primeira viagem pelo PAC:

"A Ilha do José" no
5o Fórum de Dança de São José do Rio Preto.

Retomada em cena em 2008 (ufs!! Só agora!!).
Bom...!!

(foto: Sílvia Machado)

sábado, 22 de março de 2008


ESTÃO ABERTAS AS INSCRIÇÕES PARA O ABCDança 2008

Acesse:
http://www.ciadedancas.apbd.org.br/abcdanca2008

Realização:
Companhia de Danças de Diadema
Associação Projeto Brasileiro de Dança

Em parceria com:
Prefeitura do Município de Diadema
Prefeitura do Município de Santo André
SESC Santo André
Prefeitura de São Bernardo do Campo
Prefeitura de São Caetano do Sul
IMES - Universidade Municipal de São Caetano do Sul
SESC São Caetano
Prefeitura do Município de São Paulo
Teatro Itália, TD-Teatro de Dança
Acervo Mariposa - projeto V.H.S. ABCDança.doc

Projeto contemplado pelo PAC 15 -
Concursos de Apoio a Festivais de Artes no Estado de São Paulo.
Esse projeto será realizado com o apoio da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo - Programa de Ação Cultural


terça-feira, 18 de março de 2008

RESPOSTA
Sentou-se ali diante e observou-os. Estava aprendendo a se ver depois de sempre. Teve vontade de dizer dos labirintos e das bagunças dos sonhos. E vontade de estar, apenas antes teve vontade de dizer. Sentiu uma pena por apego às palavras quando leu as que foram apagadas, queria poder vê-las guardadas todos os dias, embora não pertencessem mais a ela. Sentiu vontade de ser capaz de fazer compreender o que era. Descobria como receber. Chorou como criança, pelos olhos, pelos poros, até tão tarde que perdeu a conta. E pediu às tantas águas vertidas pelos dois corpos, misturadas, que ao evaporar não levassem nada embora: nem história, nem um e nem outro, nem quem também lhe soprava amor todos os dias. Chamou.

domingo, 16 de março de 2008

Mais uma indicação em cima da hora, mas provavelmente eles voltarão em outra temporada...

Dança em jogo, ou jogo em dança, caos, exposição. Gosto dessa "desconexão alinhavada", das imagens, da energia, do ambiente. Homem, palhaço, tensão, personalidades, universos.

Então foi a hora de assistir ao que teria sido. É mais ou menos nisso que estava pensando. Ficou ainda uma vontade de estar do outro lado, enfim... Gostei demais.

Um conto idiota
(J. Garcia & Cia.)
de 6 a 16 de março

qui a sáb: 20h / dom: 19h
Galeria Olido (Av. São João, 473 - Centro)

tel.: 3331-8399

sexta-feira, 14 de março de 2008


fluxosemnexoco(m)nexo
escreverespiraçãoacanetatafalhandonãoestavaconseguindoescreveracabeçatápensandonascoisasquefalarameunãopensavaqueeradessejeitorespirarpracomeçarenquantooqueandaseelaborasemsaberqueissoestáacontecendojáqueaconteceuumaviradanavidadeuvontadedesóusaraletravdeverdadeeodeslocamentoantecedeoqueseplanejaeoquesaidolugarnochãoquejáfoibrancoservedeapoiosemninguémsaberinconscienteporque

sábado, 8 de março de 2008

Quando o que acontece no palco movimenta os sentidos, as vontades e causa uma atenção especial e inteira... Finalmente, depois de anos, assisti "A metamorfose". E a trilha, entre a angústia e uma beleza imensa. Gostei muito, muito mesmo. Também "O processo", segundo da trilogia.
Para quem quiser: "A metamorfose", agora, só em uma próxima temporada. "O processo" ainda dá tempo, nesse sábado. As outras duas não vi ainda.


SERVIÇO:
Cia Borelli de Dança
A Metamorfose, sextas 29/2 e 7/3 às 20h;
O Processo, sábados 01/3 e 8/3 às 20h;
Carta ao Pai, domingos 02/03 e 9/3 às 18h;
Carne Santa, 14 e 15/3 às 20h e 16/03 às 18h.

Teatro Itália - TD/Teatro de Dança
Avenida Ipiranga, 344, subsolo / tel.: 2189.2555
Entrada: R$ 4,00 / R$ 2,00



terça-feira, 4 de março de 2008

É preciso haver um mínimo de liberdade.
Espaço sem jaulas, nem correntes, nem neuroses a cada segundo.
Liberdade e risco.
O contrário é de um sufocamento tão intenso que nos mata coletivamente, como por vezes já é.
Se não pudermos respirar e, vez ou outra, fechar os olhos, algo não vale à pena.

- o de hoje é mais um pretexto. Isso é muito maior.
Uma pena - inclusive e, até, principalmente, porque eu admito: fusquinha tem, acima da utilidade (imensa!!), um valor sentimental que... enfim... E o Miguelito, quantas histórias... infinitas.........

Se alguém tiver "notícias" de um fusca azul marinho, ano 1986, placa BLZ-2798, entre em contato, por favor (isso é verdade, ele foi roubado hoje, terça-feira, por volta de 8h da manhã).

Na espera, agora.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

"Quando a luz dos olhos meus
e a luz dos olhos teus
resolvem se encontrar..."
(T. J.)

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Como realizar o que impulsiona enquanto frustra enquanto impulsiona enquanto frustra enquanto.....? O que movimenta e paralisa. Faz querer estar mais longe do que eu, ou bagunça pela impressão ingênua-real-irreal de estar um pouco perto. Mover a cris(e). Ir mais. Escolher ainda. Trabalhar para. São sempre formas de olhar, ver, querer. Só (e tanto) formas de olhar.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

sobre a nova companhia de dança de São Paulo...

(texto de Sandro Borelli)

ONDE ESTÁ A EXCELÊNCIA?
No “Caderno 2” do “Estadão” de 29 de janeiro, chama a atenção a reportagem cujos título e subtítulo são: “São Paulo ganha a sua cia. oficial” e “Secretário João Sayad busca excelência e anuncia R$ 13 milhões para instituição”. Num primeiro momento, pode-se pensar: “Que legal, uma nova companhia de dança sempre é bem-vinda”. Mas, com uma leitura mais atenta, percebe-se a cilada armada. Uma visão pautada pela tecnocracia, ultrapassada, que confunde política cultural com ação midiática. Um secretário que fala como economista ou fala realmente em cultura? Sua falta de conhecimento sobre dança é de provocar estupefação, indignação e horror, de ruborizar. O secretário diz estar em busca de excelência na dança e comenta: “Você não contrataria um excelente diretor administrativo para a sua empresa se ele não fosse brasileiro?”

Prosseguindo, com notório e admirável conhecimento de causa faz, ainda, uma comparação de mau gosto: “O que você escolheria: salvar a Varig ou começar uma Gol? É mais fácil começar algo novo do que consertar o já existente”. Parece que o secretário considera o que fazemos uma arte falida, uma dança que não deu certo. A partir de que conhecimento faz uma afirmação tão sem propósito quanto essa? O que o secretário chama de “busca de excelência”? Somos nós, cidadãos, quem esperamos secretários, gestores, governantes com excelência. Será que também teremos a chance de procurá-los na Europa, em Nova Iorque ou quaisquer outros lugares que nos permitam construir uma política de alto nível, como o secretário sugeriu para a dança?

Outra afirmação curiosa do nosso secretário de cultura é a de que o teatro, ao contrário da dança, já produz com excelência. Por onde será que o secretário transita? O teatro tem a sua excelência sim e, certamente, em sua maioria, trabalha, sem sede própria e sem contratos via CLT. Ajudaria-nos muito se o secretário, aproveitando seu notório conhecimento de economia, pudesse mencionar quantos grupos de teatro possuem artistas contratados via CLT? Será que ele tem noção das péssimas condições enfrentadas pela grande massa de artistas trabalhadores no estado de São Paulo? Ou será que se refere aos acobertados pela mídia televisiva? Realmente, fico na dúvida!

Cultura não é balcão de negócios, não é pregão, não é bolsa de valores. A dança não precisa desse tipo de mentalidade de governo que o secretário propõe. A dança precisa de um projeto cultural sério e ético, que privilegie a formação de uma classe, que privilegie uma mudança de pensamento. Onde estão as propostas consistentes, honestas, sérias, inteligentes, sobretudo ousadas, da política pública envolvida nessa ação? Quando discutiremos os aspectos estéticos e éticos da Cultura?

Quando discutiremos a dança, essa arte tão fragilizada, como a poesia também, com um espaço cada vez menor e com um pensamento singularmente pobre e medíocre como o apresentado?

Existem propostas no governo estadual nas quais está inserida uma reflexão sobre a sobrevivência dos grupos e criadores que optam por trilhar rumos artísticos que discutem, agridem, instigam, duvidam e polemizam? Isso não poderia ser incluído na pauta de algumas das reuniões que acontecem a portas fechadas entre valorosos burrocratas-gestores de cultura?

Que tal falarmos do combate à fome, à fome de cultura que extermina diariamente milhões de brasileiros que se alimentam de restos podres de enlatados e plastificados abertos e jogados nos lixões? Que tal tratarmos seriamente da inclusão social, sobretudo da inclusão de criações artísticas que subvertem os valores predominantes impostos, que resistem e questionam? Que tal banirmos essa kultura-Hembratur?

Criminoso, nefasto e fascista desprezar produções de uma grande dimensão estética, desprezando também as funções sociais e políticas dessas criações. E são várias secretário.

Grande imbecilidade manter vínculo placentário com as culturas européia e estadunidense, achando que isso irá minimizar os efeitos de uma sociedade mal informada que produz julgamentos equivocados, tendenciosos, estreitos, hipócritas e exclusivistas. Grande imbecilidade achar que os próximos gestores desempenharão melhor seus papéis. Ou que serão menos devastadores.Ou que abalarão os códigos culturais institucionalizados.

Que imbecilidade a minha em ter acreditado nisso um dia.

Infelizmente, estamos condenados a conviver com senhores ensebados com suas jugulares em nossas gargantas e com suas idéias empoeiradas por algum tempo ainda. Felizmente, artista é como barata ou rato ou escaravelho, não existe meio possível de exterminá-lo. Pois bem, 2008 está começando, vamos celebrar e cantar juntos o hino do Estado de São Paulo e festejar a sua companhia de dança.

Parabéns.

Sou artista e, portanto, estou condenado a viver para sempre.

Sandro Borelli

...............................


sim, vale à pena ler.

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Os olhos são fundos e antigos. Contam a passagem dos muitos anos, embora hoje saibam talvez bem pouco de si. Ou sabem por outras compreensões? Ou registraram tanto da própria história que manifestam-se apenas para o lado de dentro, tornando invisível a lucidez? Os olhos que hipnotizam pela distância preenchida por um tempo que parece esvaziar-se. O sorriso, grande. Reconhecível diante de cada imagem em outras épocas. A mão move o copo, leva o talher preparado, abandona; a cabeça pende num sono interpretado com a verdade de quem simula a si mesmo. Com a mesma lentidão do olhar que procura saber o que fazer. Como uma criança, quase um século depois, procurando entender. O som está distante mas há. Som sempre há. O ritmo de fora é compassado. O de dentro, não há como descobrir. Incógnita, tristeza, beleza. E os olhos, infinitos.

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Andam distantes, quase ao contrário, as surpresas de quando não se sabe de nada.
Desconheço.
O impulso. Ou (in-).
Espaço-outro.
Respiro e vejo, pelo espelho, que às vezes já não sei olhar.
(?)

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008


(por algumas histórias, alguns filmes, algumas vidas)
Tem algo que eu gosto na obsessão.
A estética, pelo menos.

sábado, 9 de fevereiro de 2008

 
Menina dourada, dádiva, dançarina.

Tempo.

Dia de hoje, o dia é sempre, dias todos.

Com dor a falta. De tanto amor.
 

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008


O espaço que havia entre, ... não havia mais.

Imagens ditas com outras vozes.

Os sons. Muitos. Baixos. Inaudíveis.

Muitos. Quase altos. Poucos. Muitos.

..................................mudos.

Segura. Escapa. Passa. Insiste. Respira. Explode. Implode.

Olha.

.

E, hoje, parabéns pro seu Francisco-Pai...

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008


Diário
Olha por dentro. Haveria tanto para rever, não fosse algo que faz não saber mais. Lembranças como algo que não viveu. Não sente, apenas conhece, só. Tão chato. Tão separado. Como histórias alheias ouvidas sem atenção, sem importância. Não têm pele. Pequenas gravações reproduzidas, das quais não participou. Fica sabendo de si e poderia passar pra frente a história deslocada.

Mas escorrega um cheiro, um gosto, um som. Ou palavras. Instantes para pegar de volta a própria vida não para saber. Passa a ser.

Dá tempo ainda de liberdade?
Dá tempo de justificar, tempo de compreender os processos lentos de transformação, percepção, a necessidade dos nãos, dos nós, de nós?
De precisar não ser em parte, pra poder ser por inteiro?
Tempo de não ter tudo para ser o mais importante (para quem?)?
Tempo de ainda todos não acabarem, de tentar voltar ao que por tanto tempo e há tanto tempo foi?
Tempo de retomarmos nossa condição animal-mundo-ser-vivo-gente-pulsação-...-...-...-...-...-...-...-...-...-..........................?

Dá tempo de explodir pra, ao menos, ter o que recolher?

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008


sobre um espaço indefinido...?

saber não saber pensar entender confundir achar tentar experimentar escrever olhar sentir perceber explodir reagir amedrontar temer embaralhar se saberemos ser eu... não sei...

domingo, 3 de fevereiro de 2008


Tudo o que se cria estabelece alguma forma de vínculo. Se não é para isso, não há porque estarmos no mundo. Tanto assim? Sim... (?) Se no fundo de qualquer ação humana está a necessidade da relação, do contato, da troca, ainda que aparentemente solitária, tanto de tudo que há a cada esquina torna-se ainda mais aterrorizante num momento pré-implosão de nós mesmos. Quanto ainda iremos durar? Talvez nossa mínima "obrigação", sem o peso do termo, seja abrirmos os olhos. E nos reconhecermos.

... ... ...

Muito do que explodiu passou a andar em linhas horizontais. (são imagens).

... ... ...

recuperando de muito tempo atrás, mas sempre... (nas duas línguas, porque a sonoridade original - que parece que "ouço", lendo, mas não sei pronunciar com exatidão - é bonita demais):

Fábula de la sirena y los borrachos

"Todos estos señores estaban dentro
cuando ella entró completamente desnuda
ellos habían bebido y comenzaron a escupirla
ella no entendía nada recién salía del rio
era una sirena que se había extraviado
los insultos corrían sobre su carne lisa
la inmundicia cubrió sus pechos de oro
ella no sabía llorar por eso no lloraba
no sabía vestirse por eso no se vestía
la tatuaron con cigarrillos y con corchos quemados
y reían hasta caer al suelo de la taberna
ella no hablaba porque no sabía hablar
sus ojos eran color de amor distante
sus brazos construídos de topacios gemelos
sus labios se cortaron en la luz del coral
y de pronto salió por esa puerta
apenas entro al rio quedó limpia
relució como una piedra blanca en la lluvia
y sin mirar atrás nadó de nuevo
nadó hacia nunca más hacia morir."
(Pablo Neruda)

"Todos estes senhores estavam lá dentro
quando ela entrou completamente nua
eles tinham bebido e começaram a cuspir nela
ela não entendia nada acabava de sair do rio
era uma sereia que se tinha extraviado
os insultos corriam sobre a sua carne lisa
a imundície cobriu os seus peitos de ouro
ela não sabia chorar por isso não chorava
não sabia se vestir por isso não se vestia
tatuaram-na com cigarros e com rolhas queimadas
e riam até cair no chão da taberna
ela não falava porque não sabia falar
seus olhos eram da cor de amor distante
seus braços construídos de topázios gêmeos
seus lábios se cortaram na luz do coral
e de repente saiu por essa porta
mal entrou no rio ficou limpa
reluziu como uma pedra branca na chuva
e sem olhar para trás nadou de novo
nadou até nunca mais até morrer"

.... ... ...

Por que isso, agora?


sábado, 2 de fevereiro de 2008


Fragmentos sem identificação. Pouco controle, o que há por dentro sempre passa pro outro lado.

Gota a gota. Observação. Respostas?

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008


retomando essa história depois de vários anos.

pelo tempo que fizer algum sentido... se é que há...