domingo, 13 de fevereiro de 2011

                                             
Há meses atrás explodiu uma lâmpada por aqui, em muitos estilhaços. Agora fui eu que explodi, tantas lágrimas quantos aqueles cacos de vidro, ou infinitas mais, de felicidade e realização.
                            
Não sei mais onde moram meus ceticismos. Não sei se mudaram de nome ou lugar. Talvez por isso não pudesse ter ido embora para tão longe daquela vez: estava aqui, onde precisava, nas horas exatas, até o último instante. A lâmpada, os sonhos, as lágrimas, lembranças, idéias, estrada, insônias, a insistência sem dúvidas. Vi desenhos precisos nos encaixes de tempo, nas frases ouvidas, nas perspectivas reais e na materialização cheia de calma como nos meus pedidos contínuos em palavras e pensamento, cada coisa em seu lugar. Foi desejo e obstinação à prova das individualidades: todo o encontro faz sentido agora, quando entendo que talvez devesse ser por caminhos meus antes mesmo de eu saber. Os fatos estão aí, esperava há anos por essa imagem e, daqui por diante, ela não se dissolverá mais. Agora será assim para sempre.
Se um dia encontrar alguns nomes, compreenderei por lugares de raciocínio. Enquanto isso, observo.

Hoje vivo uma desordem sem nome, felicidade bagunçada no caminho que bateu numa pedra e mudou ferozmente o curso; fosse antes era diferente, mas o tempo foi esse. Então, revirada por dentro até a última gota. Percebendo as próprias sensações sanguíneas a todo momento. Sangue desmedido às vezes, mas de humanidade total. Sem meio termo e sem palidez, quente que escorre transparente e lava por dentro e por fora o que procuro reconhecer.
                    

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