quinta-feira, 25 de agosto de 2011

  
Não cabendo. Aqui e nas pontuações reticentes. E vendo a criança tão menor, tão desenho do passado, busquei nos olhos dela um presente um pouco perdido. Tive ímpeto de colocar no colo aquela menina de pernas menores do que a meia, de abraçá-la e reencontrá-la nos meus espaços vazios - vontade espelhada. Procuro no tempo esboços do futuro.
  

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

   
Fecho a porta, a janela, vedação no rodapé. Apago as luzes. Desligo gás, aparelho de som, computador e todas as tomadas. Viro de costas. Abro os olhos, o espaço atrás de mim se dissolve e escoa. Do outro lado, esboçam-se traços tridimensionais. Portas, janelas, rodapés, gás, som, computador, tomadas, rabiscos de outras cores, outros tamanhos, difusos. Convidam-me.Vou.
       

sábado, 13 de agosto de 2011

  
Presentes. Dança e(m) encontros - elos para todos os movimentos. Hoje meu pensamento dividiu-se em dois universos tão distintos quanto próximos; rastros de histórias construídas em conjunto. Obrigada ao Danceato pelo acolhimento, por me sentir tão dentro mesmo fora, pela poesia, lembrança revivida no corpo. Obrigada à Sul 1 e a todos os vocacionados - experiências e trajetos de desdobramentos e encantamentos. E às primeiras noites de aprendizado BR/FR, fonte inesgotável de prazer. Que seja assim: mais!
  

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

                  
No primeiro ato desse agosto, chavões que tomam conta de um coração na boca. Eu por dentro respondendo inteira ao que é mais do que aparência. O número imenso de tempo que se anunciava encerra a contagem regressiva e agora, no limiar da proximidade, prevejo a realidade cheia de medo e felicidade. No segundo ato a imagem que se aproxima me brilha por dentro. Durante os passos incontáveis, eu-uma-inteira-acelero, atenta para as palavras que podia ouvir. São os olhos cabelos boca mãos sorrisos, e aquele espaço minúsculo entre os dentes onde quero me instalar por instantes que não terminem. Pisco só para mim, acreditando. No terceiro ato, explosão plena e toda falta de palavras. No quarto ato quero lembrar Saramago, "se não disseres nada compreenderei melhor, há ocasiões em que as palavras não servem de nada". Pergunto imersa em interpretações e desejos.
      

terça-feira, 9 de agosto de 2011

   
O sentido do movimento apontando para poesia e prazer. Respiro no meio de tanta necessidade de deslocamentos. A dança devolve-me a mim.

    

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

  
Das matérias que me compõem, são desconhecidas quase todas. Nas visíveis reconheço partes terrenas, partes de café, de amor, de pensamentos, de madrugada. Partes de ansiedade, doses de mentiras brandas, preguiças e forças trocando de lugar, palavras buscando dar conta de dividir o que é tão difuso quanto pontual. Uma pressa intrínseca, urgência de. Precisava ter braços de abraçar o mundo todo, e um tempo estendido para além do real. Trilhas sonoras intermináveis que contam reticências e exclamações, todos os cheiros que conduzem pelos tempos em espiral. O corpo em reecontro. Desagues de acasos, esperas, realidades e virtualidades e realidades. Olho o relógio e, nesse instante, minha cabeça no ar.