sexta-feira, 26 de novembro de 2010

                               
Dia assim, sem dó. Todas as suposições. Lembranças apertadas nos cantos da não-manifestação levantam aos poucos os olhos, espiam os espaços, as estradas, os horários. Tanto a compartilhar e falar e ouvir, mas dizer ou não dizer dá em coisa alguma, entre textos indecifráveis e pretextos incertos. O chão torna-se móvel e atravesso, equilibrista de vontades e verdades e não verdades, mirando os próprios impulsos de refazer. Contagem regressiva adiante. Equilibrista de novo, e atravesso diferente, no cuidado com cada pétala, entre as escolhidas, guardadas junto às palavras, quando as palavras faltam. Não são só minhas, talvez, mas escorrem líquidas, vez ou outra, para lugares de silêncio.
 

domingo, 21 de novembro de 2010

 
Branco e palha. Gente. Desejos, movimento, som, histórias e mistério. Desaguei.

            

terça-feira, 16 de novembro de 2010

            
tempo... e vida... (J. S.)

nas outras terras. aquelas próximas de onde só conheci uma lasca, um quase nada. de onde poderia descobrir sons, idiomas, gentes, movimentos, paisagens. climas. do alto dos seus oitenta e mais anos, aquele olhar sereno de quem não faz esforço para dizer as melhores palavras, escrevê-las com amor - e para o amor - e me fazer querer estar lá perto, ao seu lado, só um pouco, ainda que, agora, impossível para sempre. as janelas de avião e estradas com mais ou menos velocidade me despertam saudade da viagem repentina e curta. os nomes um do outro pronunciados tantas vezes e eu, distante e espectadora, querendo que aquela história não terminasse nunca. assim como tantas outras histórias. inclusive minhas. chorar de admiração faz bem.

   

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

  
Pianos e cordas me suspendem de dentro da cidade.
Saturadas, a cidade e eu.
Curtos tempos de calma e pura poesia sem nome.
Bom cansaço depois do movimento.